quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Shimon Peres (1923- 2016)






"Os optimistas e os pessimistas morrem exactamente da 
mesma maneira, mas vivem vidas muito diferentes”. 



Shimon Peres






segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Festa judaica




Festa judaica em Tetuan, pelo pintor 
francês Alfred Dehodencq, 1865.

 Musee d'Art et d'Histoire du Judaisme, Paris.







domingo, 18 de setembro de 2016

Empreiteiro da Covilhã descobre Torá com 400 anos





Diário de Notícias - 15 de Setembro de 2016
(Judaísmo)






Fotografia retirada da:  Beira.pt



Há dez anos um construtor civil encontrou um pergaminho com 30 metros de comprimento e 60 centímetros de largura durante uma demolição na Covilhã. Não sabia do que se tratava, mas enrolou-o num lençol e manteve-o guardado em casa. Há seis meses, por causa de uma outra obra, o empreiteiro falou do achado e mostrou-o a arqueólogos. Ficou então a saber que tinha nas mãos uma Torá, livro sagrados para os judeus, com cerca de 400 anos.








Fotografias do DN




O achado estará patente na Câmara da Covilhã entre a próxima sexta-feira e o fim do mês, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, mas hoje a autarquia apresentou esta importante descoberta, que tem a ver com a contextualização histórica.





Ler mais em: www.dn.pt/sociedade




Shavua tov !










quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Frase judaica






“Dúvidas tornam as pessoas sábias.” 




Almeida









Texto da Rede de Judiarias de Portugal



O município fronteiriço de Almeida é historicamente, aquele que se revelou mais importante em toda a Península Ibérica na recepção a refugiados internacionais; aconteceu no séc. XV e mais recentemente, no séc. XX, durante a II guerra mundial. 




Almeida engloba actualmente outros antigos concelhos medievais como Castelo Mendo, Castelo Bom. Em 1492, foi o principal, dos 5 locais oficiais de passagem dos judeus expulsos de Espanha ( estimados aqui em 35.000 ). Muitos destes formaram um acampamento junto à zona de Vilar Formoso acabando uma parte por ficar a residir em povoações fronteiriças de Almeida.







Foto de Almeida, retirado de: vivaportugal.net




A Judiaria da vila de Almeida está perfeitamente 
documentada nos arquivos da Torre do Tombo; em 1498, o conde de Abrantes passou a receber uma tença anual em virtude de ter perdido as rendas da Judiaria em virtude da" expulsão dos judeus do reino ".
Em Castelo Mendo teria também existido uma judiaria; encontrar-se-ia dentro de muralhas com casas adossadas à mesma, junto à Porta da Guarda. Junto a este local situa-se o edifício conhecido como antigo Hospital da Misericórdia. No interior, destaca-se o Hechal de Castelo Mendo, um armário que se destina a guardar a Torá nas sinagogas.



Nesta região já foram descobertos vários o que permite sustentar a tese de práticas de judaísmo secreto. Este edifício deve ser datado da segunda metade do séc. XVI, portanto já contemporâneo do fulgor dos ataques da Inquisição.
Ultimamente começaram a aparecer indícios da presença judaica em Vilar Formoso e na Malhada Sorda, local histórico de oleiros e onde a Casa do Relógio era conhecida ainda recentemente por " Esnoga ".







quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Gaspar Mendes Furtado




Julho - 2016   [dialogos_lusofonos] Um fundanense na Inquisição Gaspar Mendes Furtado – Tocador de cítara (I)

Opinião (JF Diário)   4 Jul 2016, 17:16h
Um fundanense na Inquisição Gaspar Mendes Furtado – Tocador de cítara (I)




A leitura de documentação inquisitorial, na primeira metade do século XVIII, conta histórias de um estranho sofrimento, construídas com mártires de uma fé vivida na clandestinidade. Cristãos-novos, se uns se enterravam no medo, outros, rebeldes afrontavam e inquietavam ortodoxias.



Gaspar Mendes Furtado (GMF) desafiou mais do que podia; nascido e baptizado no Fundão, na Igreja de São Martinho, foram padrinhos os tios, António Navarro e Isabel Henriques. O pai, João Navarro, viera de Sevilha para Lisboa. Buscava um porto seguro. Não quis a sorte que assim fosse e a fuga clandestina para a Beira Interior afigurou-se modo de sobrevivência. Será detido na Guarda, que eram muitos os olhos e ouvidos do Santo Ofício disseminados pelo reino. O filho, GMF, conhecerá igual destino. Era fabricante de panos; residira em Valverde, bispado de Cória, em Salamanca, Guarda, Covilhã, Fundão, Belmonte... Casa com Clara Henriques, da Guarda – Inquisição de Lisboa, Pº 1877 -. São ambos de famílias cristãs-novas, suspeitas de heresia. Prendem-no em Belmonte, a 25 de julho de 1725. No dia seguinte, hão de levar a mulher e entregá-la ao Alcaide dos cárceres da Inquisição.
No processo de GMF – Inquisição de Lisboa, Pº 9636 - com centenas de páginas, leem-se registos de denúncias de gente do Fundão, Teixoso, Azevo, Pinhel, Covilhã, Tortosendo, Freixedas, Vilar Torpim…



Na Mesa da Inquisição, em várias sessões, vai confessando “culpas”. Assegura que não tinha seus erros por pecado, e que acreditara na Lei de Moisés até ser detido. Nega as presunções/informações que constam no Santo Ofício. Cala demais, hão de castigá-lo exemplarmente. Os silêncios de GMF resultaram na sentença aplicada aos que ocultavam nomes de judaizantes e cerimónias religiosas que, em conjunto, haviam celebrado. Não conseguiu deduzir as denúncias e denunciantes? Tinha esquecido o que outros testemunharam? Altivo, recusou a defesa do Procurador. Mantinha o que expusera.



Razões de sobra para que o Promotor do Santo Ofício o qualifique como “ficto, simulado, falso, impenitente”. Condena-o pelo crime de heresia a “excomunhão maior, confiscação de bens para o Fisco e Câmara Real, e relaxado à Justiça secular”. Era a pena maior, a fogueira! Como libertar-se? A 14 de Agosto de 1726, decide falar. Estava perturbado, explica; por isso optara pelo silêncio. Confessa. Os Inquisidores concedem crédito ordinário ao depoimento e dão o processo por concluído. Registam: “disse de si bastantemente e de sua mulher, irmãos, cunhados e outras pessoas suas conjuntas, não conjuntas com algumas das quais não estava indiciado”… Mas, com outros olhos, mais severos, detetaram que, afinal, encobrira o nome de um cunhado… e de outros. Propõem, por isso: Pais do Amaral que “fosse posto a tormento, fosse atado”; Fonseca Sotomaior “que tivesse trato corrido”; Philippe Maciel defende que “fosse atado com a segunda correia”; os deputados Silva de Araújo e Fernandes de Almeida preferem que “tivesse um trato corrido e fosse levantado até ao lugar do Libelo”; o deputado D. Francisco de Almeida optaria por “o mesmo trato e que fosse levantado até à roldana e a todos que podendo-o sofrer a juízo do médico ou cirurgião, e arbítrio dos inquisidores. Com o que resultar, se torne o seu processo a ver em Mesa”. Malvados uns mais do que outros, ou mudavam de papéis?



À tortura não escapa! A 19 de Agosto, estava na Sala do Tormento. Obstinado, GMF garante que não tinha mais que dizer. Chamaram o médico e o cirurgião, os ministros da Execução do suplício. Fala ou não fala? Assomaram à memória cerimónias em que participara, pessoas, mal entendidos, invejas… A vida posta a nu.
Ainda assim, o testemunho não satisfaz. Avançam com a “segunda correia”. Mandam “despojar o Réu dos vestidos que podiam impedir à execução do dito termo”. Despem GMF, uma forma de humilhação! Que é da compaixão? Da dignidade?






No dia seguinte, na Mesa, lembram-lhe a última confissão, na Casa do Tormento “em a qual gritava por Jesus e Nossa Senhora”… Dizem-lhe que “porque agora que está sem medo de violência alguma pode dizer a verdade”. GMF confirma os registos. Merecia crédito, concluem. Desta vez, o Réu não assinou. Os tratos de potro e de polé provocavam sempre aleijões graves.
A 27 de Agosto, a mulher, Clara Henriques, conhecia igualmente a “Casa do Tormento”. Instigam-na à confissão e medem o medo, à vista dos instrumentos de tortura. (…) Hão de desfilar ambos no Auto da Fé de 13 de Outubro de 1726, em Lisboa. A sentença é a mesma: excomunhão maior, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penas e penitências espirituais; sofreram a confiscação de todos os bens para o Fisco e Câmara Real. Livraram-se da fogueira. Os filhos estavam na Guarda, em casa de familiares. Que aconteceu depois?




Maria Antonieta Garcia


Via: www.jornaldofundao.pt



Enviado por Margarida Castro





quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Yamma Trio











Les Héritiers








"Les Héritiers"que passou na TV Cabo com o título "Uma turma difícil", é um filme baseado numa história verídica.
O filme narra a relação de um professor com adolescentes  problemáticos, com diversas origens étnicas e religiosas. 

Uma professora de história e geografia da escola Léon Blum-em Créteil (Val-de-Marne), decide passar um tema  de uma competição nacional: "Resistência e Deportação", focando o objectivo nas crianças e nos adolescentes no sistema dos campos de concentração nazis, o Shoah e a resistência anti-fascista.


A primeira reacção da turma foi agitada e frustrante, porém, a atmosfera vai evoluir mais rapidamente devido ao  contacto com um sobrevivente dos campos, bem como na visita a um museu dedicado a este período negro da história. 

Esta experiência vai mudar as suas vidas.


Filme realizado por Marie-Castille Mention-Schaar e escrito por Ahmed Dramé.














quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Elvas Portuguesa. Os grupos étnicos-religiosos e estrangeiros: Os Judeus





Publicado por Arlindo Sena





O outro grupo étnico, mas com maior relevo na sociedade elvense era sem dúvida os Judeus cujos bairros ao contrário do que se verificava com os mouros, tinham o privilégio de ter os seus bairros dentro das muralhas da vila, enquanto aqueles, provavelmente devido o ocupações humildes, e entre elas, o trabalho agrícola, habitavam os subúrbios ou mesmo as áreas fora da zona amuralhada. Em Elvas durante o séc. XIV uma parte considerável dos Judeus tinham como moradas de casa a Praça, a Rua Nova ou Rua do Alcamin (?), a rua das Portas de Olivença e de Évora, enquanto uma parte das famílias mais antigas se situavam ainda no exterior da primitiva muralha. No século XV outras áreas nevrálgicas para a actividade comercial entram no rol dos cristãos novos por oposição aos velhos, como a porta da Praça Nova, a Rua da Feira e da Carreira dos Cavalos, onde vivia Diogo Álvares Soriano cuja actividade mercantil estava registada nas principais praças comerciais luso-espanholas ( ANTT, Inquisição de Évora, 7714º ) . 








Na comuna judaica tal como na muçulmana, os níveis de riqueza eram diferenciados, os mercadores, os físicos, ourives e os médicos distinguiam-se de uma minoria de mesteirais, tendeiros e assalariados. Os privilégios que detinham os “ricos” da judiaria elvense, eram vários e entre eles destacavam-se a possibilidade de isenção de impostos, de sinalização da sua condição e inclusivamente a permissão de viver entre os cristãos, como eram os casos de José Verdugo ou do casal Alfarim, Monção ou do rabino Sad Ordonha (ANTT, Chanc. de D.Afonso V, Liv.12,15,8 e 1). A sabedoria ou conhecimento, era o factor determinante para obtenção de este tipo de privilégios, considerando que o número de físicos e médicos documentados pelas fontes demonstram que se tratava da comunidade científica mais importante da região e da raia com Castela. Não menos importante era o quantitativo das rendas da judiaria elvense que se situava à volta de 113.333 reais em finais do séc. XIV, quase mais de 80 % das rendas de Portalegre (61.066 reis) (ANTT, Chanc de D.Manuel, Livro 13), não por é caso, que D. João I, após a Crise de 1383-1385, beneficia a aristocracia local com direitos e rendas reais. Como são exemplos a doação ao escudeiro Gil Fernandes do serviço, de cabeças dos Judeus (ANTT, Chanc. de D. João, Livro I) ou das rendas reais da própria judiaria ao alcaide da vila, Álvaro Gonçalves (ANTT, Chanc. D. Manuel, Livro II). Os registos demográficos não nos permitem quantificar os números referentes aos efectivos das judiarias de Elvas e mesmo o número de judeus em fuga à Inquisição Espanhola em 1492 que passaram as fronteiras de Elvas e Marvão e que segundo Velasco da Mota, se encontravam num acampamento levantado em Castelo de Vide, cerca de 4.000 a 5000 efectivos .Todavia o crescimento explosivo da população judaica no distrito também se manifestou em Elvas, uma vez que por essa época nascia a Judiaria Nova.








Via: flama-unex.blogspot.pt




Música dos Yamma Ensemble