quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Troca 2015




Está de volta a Campanha "Troca a Tua Manta por um Sorriso", criada pelo Supperday para a Comunidade Vida e Paz. De 16 de Setembro a 18 de Outubro, poderá participar na 2ª edição desta campanha, doando uma manta, que será entregue aos sem-abrigo.







Basta fazer a selecção da(s) manta(s) que já não usa ou pretende doar, dirigir-se aos postos de correio CTT e, através das caixas solidárias lá existentes, gratuitas, enviá-la(s) para a Comunidade Vida e Paz, sem qualquer custo ou sacrifício! 


Uma outra forma de entregar mantas à Comunidade Vida e Paz é directamente na Sede desta instituição, na Rua Domingos Bontempo 7, 1700-142 Lisboa.



Apoie esta causa...




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A reflexão eleva o indivíduo...









"A reflexão eleva o indivíduo, permitindo-lhe dominar o carácter defeituoso e assenhorear-se da própria dignidade."



Moisés Maimónides



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Outono Sefardita em Córdova





Até dia 27 de Setembro de 2015



Evento organizado pela Red de Juderías de España, no âmbito do dia Europeu da Cultura Judaica. 

Córdova torna-se assim no epicentro da cultura hebraica durante o mês de Setembro.







Córdova orgulha-se de ter sido a cidade das três culturas, que coexistiram pacificamente por algum tempo, a muçulmana, a cristã e a judia, convertendo esta urbe como o maior centro cultural e económico de todo o Ocidente.



Fonte: www.cordoba24.info



quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ciclo de Cinema "Imagem e Memória"







Já na sua IV edição, o ciclo de cinema "Imagem e Memória" apresenta um conjunto de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, destacando-se temas como o Holocausto.
A projecção de cada filme é acompanhada de um debate sobre a temática, contando sempre com a presença de convidados ligados a várias áreas da cultura.

Este ciclo de cinema terá lugar no Espaço Memória dos Exílios.
Esta iniciativa tem a parceria da Memoshoá - Associação Memória e Ensino do Holocausto.

Será apresentada no mesmo dia 11 de Setembro (amanhã), a exposição “Fragmentos da Segunda Guerra: objectos e propaganda” , que teremos a oportunidade de ter em simultâneo durante o ciclo, pertença dos coleccionadores António Fragoeiro e Carlos Guerreiro


Programa

11 de Setembro | 21h00
Amen, realizado por: Costa-Gravas
Comentado por: Cláudia Ninhos

12 de Setembro | 15h00
Valquiria, realizado por: Bryan Singer
Comentado por: Fernando Rosas

18 de Setembro | 21h00
John Rabe- O Negociador, realizado por: Florian Gallenberger
Comentado por: António Louçã

19 de Setembro | 15h00
Invencível,  realizado por: Angelina Jolie
Comentado por: Carlos Guerreiro

26 de Setembro | 21h00
O Resgate do Soldado Ryan, realizado por: Steven Spielberg
Comentado por: Sérgio Campos Matos

27 de Setembro | 15h00
A Zona Cinzenta, realizado por: Tim Blake Nelson
Comentado por: Isabel Capeloa Gil

2 de Outubro | 21h00
Moloch, realizado por: Alexandr Sokurov
Comentado por: Elsa Mendes

3 de Outubro | 15h00
O Homem Decente, realizado por: Vanessa Lapa
Comentado por: Esther Mucznik

9 de Outubro | 21h00
Europa, Europa, realizado por: Agnieszka Holland
Comentado por: Adérito Tavares

10 de Outubro | 15h00
Fuga de Sobibor, realizado por: Jack Gold
Comentado por: Irene Pimentel

16 de Outubro | 21h00
Ida, realizado por: Pawel Pawlikowski
Comentado por: António Marujo

17 de Outubro | 15h00
Hannah Arendt , realizado por: Margarethe von Trotta
Comentado por:  José Gomes Pinto

30 de Outubro |  21h00
Rescaldo, realizado por: Wladyslaw Pasikowski
Comentado por: Ricardo Presumido 

31 de Outubro | 15h00
O que ama a vida. A história de Avraham Aviel, realizado por: Yad Vashem
Comentado por: Jochen Oppenheimer



Nota: Poderá haver alteração aos conferencistas.






Via:www.cm-cascais.pt



Os judeus em Silves na Idade Média






Por José Manuel Vargas



(...) Uma breve síntese do estado actual do conhecimento sobre a comunidade judaica de Silves nos séculos XIII a XV, ou seja, desde a conquista cristã do Algarve, no reinado de D. Afonso III, até à expulsão dos judeus, no reinado de D. Manuel I.





Foto retirada da travel-in-portugal.com




Séc. XIII

A primeira notícia escrita conhecida sobre os judeus de Silves, encontra-se no foral dos mouros forros, dado a Silves, Tavira, Loulé e Faro, em 12 de Julho de 1269: "mando que nenhum meu cristão ou judeu tenha poder de fazer-vos mal ou força, mas quem for o vosso alcaide ele próprio vos julgue". Poucos anos volvidos, em 1276 (14 de Fevereiro), numa carta de D. Afonso III, endereçada aos alvazis e concelho de Silves, confirma-se a presença de uma significativa população de judeus na cidade, pois controlavam alguns moinhos e fornos, cobrando 1/8 pela moagem e 1/20 pela cozedura. Os vizinhos cristãos protestaram e obtiveram um abaixamento para 1/14 e 1/30, respectivamente. Entretanto, os judeus estavam obrigados a pagar os dízimos à igreja. Muito provavelmente, esta comuna judaica vinha da época muçulmana. 



Séc. XIV

Neste século, apenas um documento, mas de importância relevante, apesar de ser um resumo, nos testemunha a presença dos judeus silvenses. Trata-de uma carta de D. Pedro I, dada em 22 de Junho de 1366, e que confirma à comuna de Silves "todos os privilégios, foros, liberdades e bons costumes que sempre usaram ter".



Séc. XV

A comuna dos judeus de Silves era ainda uma das mais importantes do Reino do Algarve e estava organizada como entidade administrativa e jurisdicional, com os seus próprios magistrados e oficiais e circunscrita num bairro, a chamada judiaria. Este bairro judeu situava-se, sensivelmente, entre as actuais ruas da Porta de Loulé, rua Dr. Francisco Vieira e rua do Mirante, encostado à muralha a oriente da Porta da Vila. Sabe-se que os judeus de Silves tinham a sua sinagoga e o seu cemitério, mas ignora-se a respectiva localização precisa. O Livro do Almoxarifado de Silves (ed. C.M.Silves, 1984), de meados do século. XV, faz referências ao "adro dos judeus" e à "rua que vai para a Judiaria", bem como a vários judeus que eram não só mercadores e artesãos, mas também agricultores.
Nas chancelarias régias, encontram-se muitos documentos sobre os judeus e a judiaria de Silves, já referenciados por Alberto Iria (O Algarve e os Descobrimentos, Os Judeus no Algarve Medieval) e por Maria José Pimenta Ferro Tavares (Os Judeus em Portugal no Séc. XV) e que, sucintamente, apresentamos:

1417 - Soleima Galego, Isaac Sensol e Fabibe tinham vinhas no termo de Silves.

1442, Dezembro, 5 - O regente D. Pedro deu cartas de contratos a judeus artesãos (Josepe Alore e Abraão Marquoixi, ferreiros; Salomão Tabay, Sem Tob Talavia e Judas Abenquabede, alfaiates; Judas Esperel e Mosse Falesse, sapateiros).

1449, Dezembro, 18 - O regente D. Pedro confirmou os privilégios dados pelos reis anteriores à comuna dos judeus da cidade de Silves.

1450, Fevereiro, 18 - D. Afonso V substituíu Vicente Martins, escrivão da portagem, da judiaria e da mouraria por Filipe Lourenço.

1450, Março, 10 - Carta de D. Afonso V, endereçada aos escrivães e rabis da cidade de Silves, faz mercê a Judas Neemias, morador naquela cidade, protegido do infante D. Henrique - e que devia estar ligado às actividades marítimas e comerciais do infante - de diversos privilégios e isenções: não pagar sisão, nem pedidos e peitas que pagam os outros judeus, nem sisa lançada pela comuna dos judeus, nem outros encargos e que possa andar em besta muar de sela. Refira-se ainda que Judas Neemias exercia o cargo de ouvidor da comuna dos judeus de Silves.

1450, Maio, 11 - Carta de confirmação de contratos à comuna de Silves.

1451, Abril, 5 - Carta de perdão a Jacob Esperel de queixa que dele dera Judas Neemias porque lhe dera muitas punhadas e o doestara de muitas e más palavras.

1454, Agosto, 1 - Judas Gaguim nomeado tabelião geral dos judeus do reino do Algarve.

1455, Julho, 8 - Referência a Sem Tob Abroz, morador em Silves.

1455, Dezembro - Referência a Salomão Alcabez e Mosse Alcabez, alfaiates.

1461 - O rabi dos judeus era Taba e teve licença para aforar uma tenda.

1471 - Carta de perdão a Samuel Cohem, porque seu sobrinho Isaque Alcabez, em seu poder e no serviço de alfaiate, foi por si castigado e agredido com punhadas e com uma tesoura, sem o ferir, mas veio a falecer ao cabo de uma hora. Foi preso e fugiu do castelo de Silves. Foi servir para Arzila na companhia de Afonso de Vargas, morador em Sevilha. O perdão das partes refere a família do judeu falecido: Dona Ouro, mãe, Aljofar, avó, Amada, tia, Cinta Alcabez, tia, Mousem Samuel, avô, Juda Alcabez, tio, Ester Cohen, tia, Moussem Azabam, tio, Faz Bona, tia, Salomão, tio, Moussem, primo.

1480, Fevereiro, 20 - D. Afonso V liberta os judeus de Silves de alguns encargos mais pesados.

1487, Fevereiro, 27 - Isaac Alferce pretendia comprar uns moinhos, junto à Portela da Gafaria, mas o aforamento deles foi feito a Diogo Valarinho, escudeiro.

1492 - O vedor dos judeus era Jacob Cohen.

1493 - Referências à família de Moisés Carrasco: Rina, Clara, Estrela, Jacob, Samuel, Cinfana, Juda.



Quando, nos primeiros dias de Dezembro de 1496, D. Manuel manda publicar o édito de expulsão dos judeus e mouros do Reino, a comuna judaica de Silves mantinha uma numerosa população que foi surpreendida com a ordem para abandonar o reino, até finais de Outubro de 1497, sob pena de morte e confisco de bens. Não sabemos, ao certo, se houve judeus de Silves que permaneceram por se terem convertido, ou se houve baptismos forçados de menores de 14 anos, nesta cidade. O que se conhece é o destino da sua sinagoga. Foi aforada como casa particular a Fernão de Morais, moço da câmara de El-Rei (Chanc. D. Manuel, Liv 31, fl. 75v).









Via: www.imprensaregional.com.pt
(23 de Julho de 2012)




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Nas rotas dos marranos de Trás-os-Montes





Por António Júlio Andrade 







Com a expulsão dos judeus de Espanha, em 1492, ter-se-ão verificado profundas alterações na paisagem humana de Trás-os-Montes onde entraram e ficaram a viver muitas dezenas de milhares desses refugiados.


E, acrescentando estes aos que já antes habitavam nas muitas judiarias que estão documentadas, concluir-se-á que uma grande percentagem da população trasmontana no século de 500 era constituída por gente da nação hebreia.








Obrigados a abraçar a religião cristã, eles continuaram, na generalidade, fiéis à crença de seus antepassados, praticando a religião judaica no interior de suas casas, se bem que, pelo exterior, eles procurassem dar provas de cristãos, frequentando as igrejas e mostrando-se cumpridores das regras que lhe impunham. Este comportamento dúplice era, por vezes, perceptível e escandaloso para a população cristã.


Com o argumento de fazer “reduzir” a gente marrana à fé cristã e extinguir definitivamente o judaísmo do reino católico de Portugal, foi criado o tribunal da Inquisição.
Naturalmente que as tensões entre os dois elementos da sociedade trasmontana não resultava apenas da questão religiosa. Havia também muitos problemas derivados da economia, com os cristãos a queixarem-se dos exploradores e agiotas judeus. E havia também lutas políticas muito intensas, se bem que, geralmente, surdas e recalcadas e, por isso mesmo, mais duradouras e difíceis de resolver.


E se a Inquisição foi apresentada (e continua a ser considerada) como um tribunal da fé e um instrumento da igreja católica, a verdade é que ela foi também uma espécie de partido político (talvez até o partido único de suporte ao poder) e tribunal constitucional, para usarmos a linguagem dos nossos dias. Ao menos é isso o que para nós resulta, da leitura de largas centenas de processos que já fizemos.


Com efeito, para se entrar numa universidade, para se conseguir um emprego público, para se ser padre, para desempenhar um cargo de vereador ou para se obter um título de nobreza era indispensável apresentar documento passado pela Inquisição atestando que não tinha o requerente qualquer gota de sangue judeu, até à quarta ou quinta geração.


Por outro lado, para se fazer carreira política, o caminho normal era a militância no partido da Inquisição. E essa militância revestia as mais diversas formas. Podia ser a simples criada de servir que, para se vingar dos patrões, ia denunciá-los ao abade, por gestos simples mas de cariz judaico. Podia ser um jovem bacharel que queria singrar como advogado no tribunal da comarca e anotava os que não trabalhavam ao sábado indo denunciá-los ao vigário geral como judaizantes. Podia ser o clérigo que para alcançar o lugar de cura de uma igreja, andava sempre a espiar os marranos da terra para ir contar ao comissário regional da Inquisição. Podia ser o homem da nobreza que tudo fazia para obter o vistoso colar de Familiar da Inquisição. Podia mesmo ser um marrano que, por qualquer vil pretexto ou para singrar na vida, se metia a denunciar os da sua nação.


Repare-se também que as autoridades civis da região, mesmo as de mais elevada categoria, como eram os corregedores, tinham obrigação (ou devemos dizer que era uma regalia!) de cumprir as ordens emanadas da Inquisição. E se as medalhas de Familiares eram muito disputadas pela gente da nobreza e da clerisia, mais cobiçados seriam certamente os cargos de Comissários da Inquisição.


Por tudo isso, logo que a Inquisição fazia as primeiras prisões em uma terra, o medo apoderava-se de toda a gente da estirpe hebreia. E muitos fugiam para não serem presos. E os que eram presos e regressavam à terra, nunca mais se livravam do estigma de judeu e isso, por vezes, custava mais a suportar do que os horrores da cadeia. Por isso tomavam
igualmente os caminhos da fuga para o litoral e o sul do País e, mais frequentemente, para o estrangeiro.


Estes movimentos de fuga atingiram proporções alarmantes, com resultados catastróficos em muitas terras do Nordeste Trasmontano. Em Vila Flor, por exemplo, em apenas duas décadas, a quarta parte dos moradores deixou terra, reduzindo-se de 400 para  300 o número de seus agregados familiares (fogos). Tempos depois, em 1721, as próprias autoridades camarárias, escreviam para a Academia Real de História:
– Foi povoação de 500 vizinhos e hoje se acha tão diminuta que tem somente 259, a respeito dos inumeráveis cristãos-novos que dela se expulsaram, não sem notável detrimento dos mais moradores.
Bragança e Torre de Moncorvo foram outras terras igualmente martirizadas pela Inquisição. Tal como Chacim e Mogadouro que, no ano de 1652, por exemplo, contava umas 6 dezenas de seus marranos metidos nos calabouços da inquisição. Sobre esta terra, foram os próprios inquisidores de Coimbra que fizeram escrever o seguinte testemunho:

– É terra que arde em judaísmo, onde a Inquisição tem presas mais de 60 pessoas e outras tantas ou mais andam fugidas para não serem presas.


Quintela de Lampaças, freguesia do termo de Bragança, era outra terra onde a população marrana se apresentava excepcionalmente numerosa e liderante. E em Setembro de 1634 um grupo de 23 homens e mulheres resolveu celebrar a festa do dia grande (Kipur), em conjunto e com menos recato, em casa de um deles. Na sequência desta celebração e da correspondente campanha persecutória da Inquisição que ordenou a prisão de 19 deles, a grande maioria da população marrana, mais de 60 pessoas adultas, abandonou a terra. 


Estes acontecimentos de Quintela de Lampaças são contados na primeira parte deste livro.
Na segunda parte, vamos para Castela, ao encontro de uma família de marranos fugidos de Trás-os-Montes, mais concretamente da vila de Izeda, e que ali construíram um verdadeiro império económico, cotando-se entre os maiores banqueiros de Espanha e da Europa. É um caso exemplar de gente Trasmontana a quem, na sua terra, não são dadas (nem tão pouco permitidas) condições de vida e, por isso, se vê obrigada a ir dar vida a chãos estranhos.
Em tempos de paz e de normalidade política entre Portugal e Castela, a linha de fronteira em Trás-os-Montes mais parecia um traço de união do que de separação entre os dois reinos. As feiras espanholas de Medina del Campo e Benavente eram da maior importância para os comerciantes Trasmontanos. Tal como as feiras de Torre de Moncorvo ou do Azinhoso se enchiam de mercadores Castelhanos. E a união transfronteiriça não era visível apenas ao nível da economia, do comércio e das feiras. Também a outros níveis, com destaque para a instrução e cultura. Assim se explica que as universidades de Salamanca ou de Alcalá fossem tanto ou mais procuradas pelos estudantes Trasmontanos que a de Coimbra. Assim se compreende que homens de letras de Trás-os-Montes tenham conseguido maior projecção e prestígio em Castela do que na sua própria terra, como foi o caso do Moncorvense Francisco Botelho de Morais. Porém, tempos houve em que a guerra e a discórdia política entre os dois reinos transformaram a fronteira em muro difícil de transpor.



Difícil, mas não impossível, que sempre o contrabando existiu e sempre houve gente a arriscar a própria vida dando o salto na fronteira. Sobre o assunto, versa a terceira e a mais extensa parte deste livro. Aconteceu pelos anos de 1650, no período mais aceso da Guerra da Restauração. 


Em Portugal, a Inquisição parecia aliada dos espanhóis contra o novo rei D. João IV, o primeiro da dinastia de Bragança. E lançou uma perseguição extremamente feroz contra os marranos de Trás-os-Montes cujos cabedais e apoio logístico bem útil seria ao governo português, no esforço de guerra. Aliás, não era António Rodrigues Mogadouro o grande financiador dos exércitos lusitanos em Trás-os-Montes? 


E não era o seu cunhado, António Fernandes Vila Real, o ministro de D. João IV com maior peso nas relações internacionais? Não foi por isso que a Inquisição o lançou na fogueira do auto de fé com que celebrou o 12.º aniversário do golpe do 1.º de Dezembro? Pois, foi nesses anos de 1650 e certamente por isso mesmo, que a Inquisição lançou uma das maiores campanhas contra os marranos de Trás-os-Montes, muito especialmente na região do Leste Trasmontano. Com a ameaça da Inquisição e a fronteira fortemente vigiada, a população marrana sentia-se, certamente, mais encurralada, com as rotas de fuga para Castela bem vigiadas pelos esbirros da Inquisição, que os havia em toda a parte. E foi então, em resposta a esta situação que se formou em Vimioso uma rede de passadores de marranos que acabou por ser desmantelada pela Inquisição e que neste livro se apresenta. Outras terá havido, porventura, ao longo da linha de fronteira e cujos membros não foram descobertos, pelo que não será possível falar delas. E outras mais terão sido descobertas e desmanteladas pela Inquisição? A resposta está nos milhares de processos guardados no Instituto do Arquivo Nacional da Torre do Tombo que ainda não foram lidos e divulgados.




Via: www.coisasjudaicas.com
(Junho de 2014)




V Mercado Kosher - Belmonte





Dia 13 de Setembro
Local: Largo do Castelo






Programa:



10h00 - Abertura do Mercado
11h00 - Animação Musical
15h00- Inauguração da exposição: Magen David - Estrela de David (Museu Judaico de Belmonte)
Abertura Oficial do V Mercado Kosher
16h00 - Animação Musical
18h00 - Apresentação do livro: A Eva de Grácia, de João Mendes Rosa. Apresentação por Carlos Carvalhais
19h00- Teatro: A Eva da Grácia (pelo Grupo de Teatro GAFT - Alma de Ferro)




*Animação Musical pelo grupo Louçanas
Artesanato, Gastronomia, Visitas à Sinagoga, Música e Teatro.