segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bíblia Judaica de Lisboa, 1482







A Bíblia de Lisboa é o códice mais completo da Escola Medieval Portuguesa de Iluminuras Hebraicas. Completada em 1482, a Bíblia de Lisboa é o testemunho de uma vida cultural de elevado nível intelectual no seio da comunidade judaica portuguesa.


(Um agradecimento muito especial a Alfredo Toscano, pela partilha desta belíssima iluminura).



sábado, 19 de abril de 2014

Livros - Jesus o Judeu - de César Vidal








Jesus o Judeu, é um livro do escritor e Historiador espanhol, Cesar Vidal, que com esta obra, ou talvez toda a sua obra, venha a contribuir, para esclarecer ao mundo Cristão, a origem e vida de Jesus, mas acima de tudo contribua para o fim de um antissemitismo dentro do cristianismo, tendo vindo o judaísmo a ser cada vez mais a maior referencia do mundo cristão, permitindo hoje aos cristãos perguntarem-se como foi possível, tanto ódio, através de expulsões, de pogroms e do Holocausto, algo tão contrario à filosofia cristã, que também se baseia na Torá.

Jesus de Nazaré é hoje uma das figuras mais marcantes da História da Humanidade, o seu nome serviu para edificar impérios, erguer uma civilização, humanizar os povos em torno do seu nome e da religião que em homenagem a ele se fez, O cristianismo e as suas variantes Católica, Ortodoxa, Protestante e Evangélica, no entanto, a raiz da sua origem, da sua fé, da sua cultura e da razão do seu ministério é desconhecida da maioria, tendo sido verdadeiramente vedada de forma intencional, e distorcida, para que pudesse ser promovida uma religião, e perseguido um povo, O povo judeu, o povo do livro, o povo de Jesus Cristo, homem que nasceu, cresceu, viveu e morreu como um judeu, temente a D-us e praticante da normas religiosas prescritas na Toráh תּוֹרָה e na Halachá הלכה. Tendo sido também um Rabbi tendo tido a sua Yeshiva, na qual foi em muito semelhante ao Rabbi Hillel nos seus ensinamentos.

Na língua original hebraica o nome de Jesus era denominado de Yeshua Ben Yosef  ישוע בן יוסף, (Jesus Filho de José), tendo sido depois da sua morte, denominado de O Nazareno ou Jesus de Nazaré, com o qual muitos escritores incluindo o Papa Bento XVI preferem chama-Lo.

Jesus Cristo não foi no entanto o fundador do Cristianismo, nem teve qualquer pretensão nesse sentido, mas se é venerado por Biliões de pessoas dentro do Cristianismo, é no entanto respeitado e admirado noutras religiões não cristãs, como o judaísmo.

O livro escrito por Cesar Vidal, vem mostrar ao vulgo, que pouco ou nada sabe a cerca dessa proeminente figura, e que ainda mais desconhece o judaísmo, para além do preconceito ensinado de geração após geração, Vidal mostra acutilosamente e sem véus, a pessoa de Jesus, quem foi de facto essa tão importante figura que mudou a História do Mundo e causou uma revolução civilizacional?

Cesar Vidal responde de uma maneira clara, mas que para muitos cristãos pouco ou nada informados é surpreendente, Jesus não pode ser dissociado do judaísmo nem da sociedade, da cultura e do povo no qual
Nasceu, viveu, pensou, e morreu como judeu, de nome Yeshua, que veio a ser na altura, foi um mestre, um rabi, tendo os seus discípulos como qualquer Rabi tinha na sua Yeshiva, e nesse sentido a sua religião era indubitavelmente o judaísmo.

Cesar Vidal, é um historiador, não um teólogo, e nesse sentido a sua pesquisa é feita de forma totalmente isenta da influência religiosa das igrejas cristãs, dando mais crédito às suas descobertas históricas a respeito da Pessoa de Yeshua HaYehudi (Jesus o judeu) e é com este nome "Jesus o Judeu" que dá título ao seu livro, editado em Portugal pela "Esfera dos Livros"

Editora: Esfera dos Livros (Lisboa / Portugal)
Páginas: 299

Preço: 5.00 €

Informação: www.wook.pt

Artigo de Filipe de Freitas Leal

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Exposição Judaica na Biblioteca Nacional.


























Estará patente na Biblioteca Nacional de Portugal, a "Exposição Judaica nas Coleções da Biblioteca


Nacional de Portugal – séculos XIII a XVIII", trata-se de uma exposição de Livros Judaicos, escritos em hebraico, ou sobre a língua hebraica e cultura judaica sefardita da Idade Média em Portugal.

Os temas dos livros, vão do Estudo e comentários da Torá, ao liturgia e ritual religioso, língua, cultura e literatura judaica, bem como a didática e obras de Flávio Josefo, um historiador romano de origem judaica, que escreveu o famoso livro "História dos Judeus".

Segundo a BNP, e a coordenadora da exposição Lúcia Liba Mucznik a, particularidade desta exposição é o período ser limitado aos Séc. XIII e XVIII, visto que após a expulsão no Séc. XV e o fim da Inquisição no Séc. XIX, praticamente a produção de livros sobre a língua hebraica, foram feitas, quer manuscritas ou impressas por hebraístas católicos, nomeadamente no que dizia respeito ao estudo das escrituras sagradas da Tanach, que corresponde ao "Antigo Testamento" cristão. Mesmo assim um conjunto muito reduzido de obras nesse período.

Outro fator interessante de se notar, é que muitos livros também hoje presentes na coleção da BNP são da diáspora pós expulsão, tendo sido impressos noutros países de acolhimento dos judeus sefarditas como é o caso de Amsterdão, Londres, Ferrara, entre outros.

Data: de 26/03 a 28/06/2014
Local: Museu do Livro / Biblioteca Nacional de Portugal (Lisboa)

Preço: Entrada Livre


Link: Mais informações no site da BNP

Artigo de Filipe de Freitas Leal

Torah


Shabat Shalom!


Pintura de Fernando Álvarez de Sotomayor

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Rebe - Uma grande alma



Gostaria de vos escrever apenas algumas palavras em homenagem a um grande Rabi Ortodoxo chamado O Rebe, visto a história e a sabedoria deste homem serem paradigmáticas de uma grande alma, que trouxe aos seus a luz, em momentos de grande aflição e desespero.

O Rebe foi o 7º e último líder do movimento "Chabad Lubavitcher" um movimento místico ortodoxo.
Menachem Mendel Schneersohn (em hebraico מנחם מנדל שניאורסון,) nasceu na Ucrânia em Nikolayev, 18 de abril de 1902  e faleceu com 92 anos em Nova York, 12 de junho de 1994) Menachem era um Rabino Ortodoxo, nascido numa família de tradição Rabinica, seu pai e seu avô materno eram Rabis, daí ter sido um homem muito culto, tendo sido incentivado por seu pai a estudar Ciências, Línguas como o inglês, latim, italiano, francês e georgiano, para além claro das Escrituras sagradas da Toráh e do Talmud, e o estudo da tradição da Halachá (em hebraico הלכה).

Na recém criada União Soviética, a comunidade judaica e o movimento Chabad Lubavitcher tiveram na pessoa de Menachem Mendel a liderança para manter viva a comunidade diante das perseguições comunistas que fecharam sinagogas, escolas e lideres judeus eram presos.

Em 1929 casou-se com Chaya Mishka e mudara-se para Berlim para estudar Filosofia e Matemática, mudando-se para Paris em 1933 após a ascensão do Nazismo, e com a invasão da França pelos alemães na II Guerra, o casal foge para Lisboa 1941, tendo estado algum tempo em Portugal onde deixou grandes ensinamentos e saudades na comunidade judaica portuguesa e emigrou no mesmo ano para os Estados Unidos da América, sentindo a dor de milhares de judeus por ter perdido muitos dos seus familiares e amigos no holocausto.

Num dos seus discursos disse: "Os três amores de nosso povo são 

- o amor a Deus,
- o amor pela Torah e o 
- o amor pelo nosso semelhante.

Assim são na realidade um único e mesmo amor"

O Rebe deixou-nos como legado uma grande obra escrita de livros, cartas e artigos, celebrizou-se como um dos mais importantes lideres religiosos do século XX, a sua fama atravessou fronteiras, ultrapassou barreiras de raça, cor e credo, sendo admirando e estimado em todo o mundo.

Exorto-vos pois a procurarem saber mais sobre este grande homem que sendo judeu e um grande temente a D-us, visitem pois as páginas da Chabad Lubavitcher.

Martires - Rikva e Gavriel Holtzberg





Ao falarmos do judaísmo, da nossa fé e do nosso povo, devemos lembrar dos mártires judeus, que ainda continuam a ser mortos, porque simplesmente são judeus.

Não é possivel compreer o ódio, seja de cariz religioso, político, racial ou cultural, perguntamo-nos como se pode odiar um povo só por ser judeu? Somos uma minoria de apenas 15 milhões.

Mas falemos de uma família que foi martirizada, trata-se de um casal e seus filhos, Rikva e Gavriel Holtzberg, do movimento Chabad Lubavitch.

Gavriel nasceu em Israel no ano de 1979, sua mulher Rikva nasceu em 1980, também em Israel, depois de casados foram nomeados para a comunidade Israelita de Bombaim, tinham 3 filhos e desfrutavam de grande simpatia e admiração, não só por membros da comunidade judaica mas também por outros locais.

No ano de 2008, o jovem casal foi barbaramente assassinado juntamente com dois de seus três filhos e mais 3 outros membros da comunidade que estavam em sua casa.

O crime perpetrado por fanáticos muçulmanos, ocorreu na mesma altura dos atentados aos hotéis em Bombaim, e visou também a comunidade israelita local, tendo-os feito reféns , o crime foi bárbaro ao ponto de humilhar e violar todas as vitimas e de lhes mutilarem os órgãos genitais, causando-lhes uma morte lenta. O Horror foi indescritível, e demonstra o tamanho ódio doentio anti-semita.

Supõe-se que momentos antes de morrer o Rabbi Gavriel tenha colocado sobre as vitimas o talit (manto judaico de orações) pois foi assim que foram encontrados dentro da residência pela polícia indiana. Não é este tipo de mensagens que gostaria de escrever, mas por vezes é necessário lembrar, sobretudo homenagear os mártires, que viveram verdadeiramente a sua fé judaica sem medo, e doando-se a serviço da comunidade local, calar-mo-nos e fingir-mos que não existe é pior é esqueçe-los é permitir.


Que HaShem, não permita que isto volte a se repetir.

Autoria de Filipe de Freitas Leal (de Conhecer o Judaísmo)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"Não tenho medo da morte...







"Não tenho medo da morte, porque apesar 
de tudo fiz alguma coisa neste mundo".


Rabino Nahman de Bratislava


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Makot Mitzrayim







O episódio das Dez Pragas, chamadas em hebraico de Makot Mitzrayim, literalmente Pragas do Egipto, relatado na Hagadah de Pessach, consta no Livro de Shemot (Êxodo). 
Numa primeira leitura, a aparente razão para tais calamidades foi a obstinada recusa do Faraó em obedecer à ordem do Eterno de libertar os hebreus. No entanto, se este fosse o único propósito, um único golpe devastador teria sido suficiente. Por que, então, D'us optou por dez calamidades? Porque, através das Dez Pragas, o Eterno demonstrou não apenas ser O Criador do Universo, mas Senhor Único e Absoluto dos Céus e da Terra, Juiz Supremo e Força Regente da Natureza. No Egipto, a contundente revelação da Onipotência Divina fez com que mesmo os mais incrédulos entre os Filhos de Israel fossem obrigados a reconhecer o ilimitado Poder Divino. O principal objectivo das múltiplas pragas foi, portanto, demonstrar a Israel que D'us de seus ancestrais, D'us de Abraão, Isaac e  Jacob, é D'us Único, Senhor sobre a natureza e sobre as outras nações, e que não há outro além Dele.


As pragas serviram também como o grande castigo pela escravidão, tortura e campanha de genocídio perpetrada pelos egípcios contra o Povo Judeu. Mas a Torah não é um simples compêndio de história judaica e o judaísmo não permite celebrar o sofrimento alheio, ainda que seja o dos inimigos de Israel. As Dez Pragas são relatadas na Torah e na Hagadah não como celebração da Justiça Divina, mas como fonte de lições espirituais.