quarta-feira, 2 de abril de 2014

Makot Mitzrayim







O episódio das Dez Pragas, chamadas em hebraico de Makot Mitzrayim, literalmente Pragas do Egipto, relatado na Hagadah de Pessach, consta no Livro de Shemot (Êxodo). 
Numa primeira leitura, a aparente razão para tais calamidades foi a obstinada recusa do Faraó em obedecer à ordem do Eterno de libertar os hebreus. No entanto, se este fosse o único propósito, um único golpe devastador teria sido suficiente. Por que, então, D'us optou por dez calamidades? Porque, através das Dez Pragas, o Eterno demonstrou não apenas ser O Criador do Universo, mas Senhor Único e Absoluto dos Céus e da Terra, Juiz Supremo e Força Regente da Natureza. No Egipto, a contundente revelação da Onipotência Divina fez com que mesmo os mais incrédulos entre os Filhos de Israel fossem obrigados a reconhecer o ilimitado Poder Divino. O principal objectivo das múltiplas pragas foi, portanto, demonstrar a Israel que D'us de seus ancestrais, D'us de Abraão, Isaac e  Jacob, é D'us Único, Senhor sobre a natureza e sobre as outras nações, e que não há outro além Dele.


As pragas serviram também como o grande castigo pela escravidão, tortura e campanha de genocídio perpetrada pelos egípcios contra o Povo Judeu. Mas a Torah não é um simples compêndio de história judaica e o judaísmo não permite celebrar o sofrimento alheio, ainda que seja o dos inimigos de Israel. As Dez Pragas são relatadas na Torah e na Hagadah não como celebração da Justiça Divina, mas como fonte de lições espirituais.



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