“Podia mesmo acontecer, sobretudo para os que não
entendiam alemão, que os prisioneiros nem sequer soubessem em que ponto da
Europa se situava o campo onde estavam, e a que tinham chegado após uma viagem
massacrante e tortuosa dentro de vagões selados. Desconheciam a existência de
outros campos de concentração, eventualmente a poucos quilómetros de distância […]
Em resumo, sentia-se dominado por um enorme edifício de violência e de ameaça,
mas não podia construir uma representação deste porque os seus olhos estavam
pregados ao chão pela necessidade de todos os minutos.”
Primo Levi, HaShok’im vehaNitzolim (Os que sucumbem
e os que se salvam), Editora Teorema, 2008, pág. 13.
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