(Holocausto)
Quantas páginas foram apagadas...
Quantos sentimentos se foram, e nada restou!
A dor, o exílio se fez presente.
O silêncio era constante.
A vida foi amnistiada.
Em gritos clamo por misericórdia.
Nada resta, não existe mais esperança.
O vazio encontrou abrigo no meu ser.
Não fui perdoado e sim massacrado.
Estou sem identidade...
As emoções se foram, me falta palavras, versos...
penso em desistir.
Penso em parar por aqui!
Excluir tudo que saiu de mim...
Por amor, pela renúncia, pelo outro... prefiro não
resistir!
O tempo encarregará de descrever a verdade.
O amanhã não nos pertence.
O mundo dá suas voltas.
Os comboios estão em constante
movimento, tudo muda, tudo passa...
A vida passa a morte também passa, e junto com ela
se esvai a vida.
O fim é anunciado...
O poeta que existia em mim se suicidou.
O professor renunciou.
O escritor foi julgado e condenado à morte.
Não quero nada para mim, simplesmente deixe-me ser
usado pelas palavras.
A mensagem que importa, desconsideremos as normas,
leis e regras.
O bem precisa ser difundido.
O meu desejo era somente difundir a boa nova.
Enfim, nada restou...
Fui julgado, arrastado, apresentado com as vísceras
expostas e no fim do dia o grande holocausto foi consumado.
O terror daquele dia estará estigmatizado na
profundidade da minha pequena alma.
Dhiogo José Caetano
20/02/2013
Fotos retirados de:
www.ushmm.org
www.yadvashem.org
www.bundesarchiv.de
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